Pitty - 05/03, Circo Voador


Confesso que não fui com a cara do Chiaroscuro de primeira. Ouço Pitty desde os 14 anos, acompanhei álbum por álbum e acabei deixando o pré-conceito falar mais alto (eu também tenho meus momentos de fraqueza, com licença). Reclamei que não tinha peso, que era lento, blablablá. Mas não foi difícil me apaixonar pelo álbum quando o escutei em um momento mais introspectivo. Deixei meus olhos se acostumarem com as sombras e enxerguei o que estava no escuro o tempo todo. O peso estava ali, sempre esteve. Eu é que estava leve demais pra alcançá-lo lá no fundo...
Ao vivo isso se confirma, mais uma vez. O dia é 05 de março, no Circo Voador, Rio de Janeiro. É o terceiro show da turnê Chiaroscuro que eu tenho o prazer de presenciar, e este mais especial por ser o lançamento do disco de vinil. Não resisti e desembolsei cinquenta reais de cara para adquirí-lo, sem nem pensar muito pra não mudar de idéia. Só precisei garantir que ele estava em um local seguro e parti pra frente do palco. Notei que o Circo estava mais vazio do que o de costume, o que foi uma coisa boa para evitar maiores hematomas. Não que tivesse pouca gente por lá, muito pelo contrário; apenas quero dizer que as pessoas que lá estavam cabiam naquele espaço.
O repertório eu achava que conhecia, mas já esperava surpresas. Entre o lançamento em outubro até o show que assisti em Macaé em janeiro já deu pra notar que a Pitty estava mudando detalhes importantes de seu repertório. E mesmo que esperadas, as surpresas me pegaram de jeito.
Foi um show para fãs. O repertório passeou pela carreira da Pitty com um turbilhão. O público ajudou, a galera toda sabia o que queria e porque estava ali. Ela super à vontade. Músicas como Ignorin'U e Déjà Vu me pegaram de surpresa. Equalize fora do repertório, algo que eu não via há muitos anos. Tivemos direito até a Sob o Sol e um cover de Bad Romance da Lady GaGa, como uma forma de mandar pro inferno todo esse pessoal chato que fica torrando com o assunto no Formspring. Bis porrada com Seu Mestre Mandou. Não abriu roda, a multidão inteira se transformou em uma roda. Era tudo uma coisa só. Cada um ali, as músicas, o palco, as luzes, o suor. Lindo, como tinha de ser.

Este post é em homenagem a Flavia Temporal. Essa menina foi, definitivamente, a melhor coisa que aconteceu na viagem. Nosso fim de semana foi uma aventura total... Além do show e das risadas, ficamos presas juntas em um Rio de Janeiro alagado pela chuva, levamos três horas pra fazer um caminho de vinte minutos, nos esprememos em um táxi, sobrevivemos, passamos um domingo "sem fazer nada", apenas estando, apenas vivendo... E é assim que a gente descobre o que é, de verdade, viver.
Lógico que não posso deixar de citar a Gal, a Lívia e o Vandim, que entraram no mesmo ônibus que eu e toparam as minhas loucuras desde o início.

Vocês me dão força, me dão vontade.


Por Monique Ferreira no Blog do PFC

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