Pitty volta ao Circo Voador, no Rio, para lançamento de novo álbum

Publicado originalmente em Flash Press.

Por Monique Ferreira


Que o Circo Voador (casa de shows localizada no Rio de Janeiro) é um lugar especial, todos sabem. Qualquer um que entra por baixo daquela lona sente que algo vai acontecer a qualquer momento. Talvez pela quantidade de história que já aconteceu ali, ou por algum passado obscuro, ou por ter sido um cemitério de animais como se sugeriu naquela noite. Foi com essa energia mística que a Pitty se combinou e fez o que já pode ser considerado a melhor apresentação de sua carreira. A turnê Sete Vidas mostra que esses anos de hiato não foram em vão. Com seus músicos posicionados, o rosto de Pitty é projetado no fundo do palco declamando um texto sobre o sete, número tão místico quanto a tal energia do Circo Voador.

Assim, quando a vocalista sobe ao palco, na noite dessa sexta feira (15), o público já está fervendo. Sem essa de segurar a “musiquinha da moda” para o final. Pitty abriu a set list com Setevidas, o mais novo single. E a partir daí foi uma porrada atrás da outra. Anacrônico, Admirável Chip Novo, Semana Que Vem. Mal dava tempo de respirar. No repertório, um equilíbrio sábio entre as novas e aquelas lá do início da carreira, já devidamente revisitadas e adaptadas para a Pitty-mulher-crescida. A formação da banda agora conta com um novo membro, Paulo Kishimoto, responsável por trazer aos palcos as sutilezas que Pitty tanto gosta de inserir em suas músicas. Outro rosto novo é o de Guilherme Almeida, que assumiu o contrabaixo e parece ser uma boa promessa, apesar de ainda não estar no ponto.

Uma das comprovações de que Pitty cresceu veio do público, que estava em total sintonia com o que acontecia no palco (ou seria o contrário?), uma maturidade visível. Para quem viu de cima, era uma massa unificada que estava ali pelo mesmo motivo, curtindo aquela mesma energia mística. Algo mágico de se ver.

Público este que já entoava A Massa e Deixa Ela Entrar na ponta da língua, assim como a sempre certa Teto de Vidro que veio em seguida, em sua versão mais lenta e melódica. Mais duas porradas, Memórias e Boca Aberta, para depois fazer o Circo desmoronar com Olho Calmo, música queridinha pelos fãs e que, surpreendentemente, funciona muito bem ao vivo. A partir daí, a noite já estava ganha. Veio a sequência Pequena Morte, Equalize e Na Sua Estante, mostrando que, ao contrário do que a própria Pitty disse, ela não falhou tanto assim nas tentativas de falar de amor. O final do show dessa vez ficou com Serpente, fugindo do ritual de sempre fechar com Máscara – que a antecedeu. O público ajudou a criar um final emocionante e vocalizou sozinho até o final, enquanto os músicos já se despediam. Emocionante, sim, e funcionou tão bem quanto no disco. A vontade é de apertar o “play” e começar tudo de novo.

Set list:
1- Setevidas
2- Anacrônico
3- Admirável Chip Novo
4- Semana Que Vem
5- A Massa
6- Deixa Ela Entrar
7- Teto De Vidro
8- Memórias
9- Boca Aberta
10- Olho Calmo
11- Pouco
12- Me Adora
13- Pulsos
14- Pequena Morte
15- Equalize
16- Na Sua Estante
17- Um Leão
18- Máscara
19- Serpente

Veja fotos do show.
Fotos por: Fabiane Alcantara para Flash Press

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