Inspirado pela jornada de criar e viver de música, El Toro Fuerte lança segundo álbum

Viver de música e ter nela seu porto-seguro é o sonho de (quase) todas as bandas independentes do país. Além disso, a banda mineira El Toro Fuerte tem como objetivo conhecer pessoas e lugares, levando sentimentos e as relações que vivem transcritos em canções para todos os cantos que conseguir chegar. Eles foram longe com seu álbum de estreia e foi essa jornada e sua volta para casa que inspiraram o novo disco, “Nossos Amigos e os Lugares que Visitamos”, disponível nas plataformas de música digital.
Crédito: Vitor Jabour
Ouça “Nossos Amigos e os Lugares que Visitamos”: http://bit.ly/ElToroFuerteNALV

Formada em 2015 em Belo Horizonte, a banda composta atualmente por João Carvalho (baixo/guitarra/voz), Diego Soares (guitarra/baixo/voz), Gabriel Martins (bateria) e Fábio de Carvalho (guitarra/voz) lançou em 2016 "Um Tempo Lindo Pra Estar Vivo", um álbum com inspirações no emo, math rock e música brasileira, e letras que beiram o existencialismo, tematizando desde a solidão e a raiva até a esperança e a celebração da vida. Com o disco, eles se apresentaram em algumas das principais capitais do país e em eventos importantes como o festival Bananada (GO) e a XXXbórnia (SP). Mas a atenção da banda nunca saiu da sua cidade natal.

Belo Horizonte é uma paisagem e uma personagem corriqueiras do trabalho da El Toro Fuerte desde o primeiro disco. As letras costumam dizer muito sobre aceitação, reconhecimento, sobre estar em casa. E essa casa é BH, que surge como uma personagem no novo trabalho.

“Minhas músicas especificamente nesse novo disco dizem muito sobre a sensação de sair de casa, de se perder, mas acho que esse processo sempre pressupõe a volta às origens. Se perder e se encontrar, acho que esse é o paradoxo das nossas cidades hoje, e Belo Horizonte e a nossa relação com os outros lugares que visitamos encarna muito esse movimento”, reflete João Carvalho.

O disco sela de vez a entrada do compositor mineiro Fábio de Carvalho para a formação oficial da banda e são dele cinco das canções de “Nossos Amigos e os Lugares que Visitamos” (“Fim do inverno”, “Aniversários são difíceis”, “Corações tranquilos dormem cedo”, “Clara” e “Nos seus movimentos”). Fábio acredita que todas as faixas carregam o eixo da amizade, do afeto, dos lugares e das descobertas.

“Minha principal influência é pensar em um tipo de canção que tenha uma força maior do que a vida que as melhores músicas pop têm, porque elas tocam as pessoas num nível muito pessoal. E eu acredito que a Toro tem esse potencial, por ser uma banda formada por pessoas de passados bem diferentes, mas que encontram na música um eixo narrativo forte. Cada membro e membra [referindo-se às duas ‘Raquéis’ que trabalham com a equipe desde o 1º dia] me influencia em suas peculiaridades. É uma experiência coletiva”, conta ele.

O novo disco expande as influências musicais presentes no primeiro álbum. Somando as diferentes vertentes do som da El Toro Fuerte com soft rock setentista, eletrônico experimental, estética hip hop e uma busca pela própria música e musicalidade mineira.

“Esse disco é como um estudo bem fundo das raízes da música pop de Minas. O Clube da Esquina é uma coisa que eu sinto em quase todas as harmonias e estruturas melódicas desse trabalho, como algo que a gente sempre quis explorar mais e que finalmente conseguimos incorporar na nossa música. Já temos um território estabelecido, raízes fincadas e, agora, estamos crescendo. Então é um disco mais alta fidelidade, mais produzido e mais autoconsciente”, conta João Carvalho, contrastando ao sentimento de urgência presente no primeiro trabalho da banda.

Para incluir as amizades que inspiraram o disco, a El Toro Fuerte convidou algumas de suas amigas como participações especiais no álbum: Nicole Patrício (Alambradas) toca piano e contribui com sua voz única em “Casinha”; Laura Vilela participa de “Nos seus movimentos”; e Raquel Batista faz a segunda voz de “Santa Mônica”.

“Nossos Amigos e os Lugares que Visitamos” é o retrato de um processo de conhecer pessoas, destinos, de se deixar atravessar e modificar por essas novas amizades, e também do que é encontrar um porto seguro.

“O título do álbum já mostra a necessidade de dividir isso. Que disco seria sobre nossos amigos se eles não estivessem ali?”, conclui Fábio.

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