Milton Nascimento e Criolo lançam "Existe Amor", EP musical com 4 faixas e fundo solidário para pessoas em situação de vulnerabilidade social

Através de um dueto tão delicado quanto a condição humana destes tempos de crise humanitária, Milton Nascimento e Criolo se unem e clamam por ajuda àqueles que mais necessitam em seu novo projeto. “Existe Amor” é ao mesmo tempo um EP com quatro faixas como também uma campanha de um fundo solidário para a população em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia do COVID-19.
Ouça aqui o EP: https://ffm.to/existeamor

Com direção geral de Beatriz Berjeaut e Augusto Nascimento, o projeto teve início com gravações entre os meses de maio e agosto de 2018, através de uma parceria da dupla com o maestro Arthur Verocai, que cuidou dos arranjos de duas das faixas do EP, que são disponibilizadas hoje, nas quais estão acompanhados de uma orquestra: “O Tambor” (composição de Verocai e Criolo) e “Dez Anjos” (parceria entre Milton e Criolo).

O projeto, com direção musical de Daniel Ganjaman, foi lançado no dia 24 de abril com o primeiro single, uma releitura da faixa “Não Existe Amor em SP" com uma profunda e delicada interpretação, na qual Milton e Criolo são acompanhados do ilustre pianista recifense Amaro Freitas, que cuida tanto do arranjo da música, assim como os do 2o single do projeto, “Cais”, lançado na semana passada.

As duas faixas vieram acompanhadas de clipes dirigidos por Denis Cisma (diretor do clipe de “Boca de Lobo”, indicado ao Grammy Latino 2019) e Beto Macedo. “Não Existe Amor em SP” traz imagens gravadas durante o segundo encontro da dupla em estúdio, entre os dias 4 e 5 de março, antes da quarentena, e outras feitas na capital paulista durante os tempos de isolamento social. Já em “Cais”, o registro dos músicos todo em P&B é intercalado por imagens profundas de natureza, especialmente marítimas. Criolo, que havia cantado “Cais” com Milton ao piano na TV ano passado, interpreta novamente a canção de forma profunda.

Os clipes também foram as peças-chave da campanha de crowdfunding “Existe Amor”. Para estimular as pessoas a olharem para as ruas, onde existem mais 40 milhões de brasileiros que não tem casa ou vivem em condições precárias, o clipe de “Não Existe Amor em SP" foi projetado nas empenas dos edifícios de São Paulo como um incentivo ao movimento de ressignificar o seu título em função do momento atual.

As doações podem ser feitas no existeamor.com/doe através da plataforma de crowdfunding administrada pela Benfeitoria. O fundo é gerenciado pela SITAWI, que repassará os recursos para organizações como É de Lei, SP Invisível, Arsenal da Esperança, entre outras. A realização é uma parceria da agência AKQA, que também criou a campanha, e do Coala.Lab (núcleo de música e projetos do Coala Festival) com a Nascimento Música e a Oloko Records, gravadoras de Milton e Criolo.

“Esse projeto pra mim é como um sonho. Depois de tantas coisas maravilhosas que eu vivi nestes mais de cinquenta anos de carreira, nunca pensei que fosse ter o privilégio de participar de algo tão intenso como este. A união entre Criolo, Arthur Verocai, Amaro Freitas, Daniel Ganjaman e eu, foi uma das experiências musicais mais profundas que eu já tive. Tenho uma admiração gigante por cada um deles, e a nossa ligação através da música é uma força ancestral, mística e, sem dúvida nenhuma, divina. Disso, eu tenho certeza, e este encontro não foi à toa. E é com um sentimento de muita emoção que nós agora compartilhamos essa história com vocês”, afirma Milton sobre o projeto.

Já Criolo destaca a importância do encontro como motivador de transformações sociais: “Mais uma vez, a arte se apresenta como instrumento de humanização e sensibilidade em um momento de crise. É a exaltação da importância das questões humanitárias, já que nos extremos e em todas as favelas do Brasil, o estado de calamidade pública existe durante o ano todo. E o que fica de lição deste momento é que nós temos sim força para transformar tudo em algo bom, em algo melhor. Passaremos por isso e estaremos mais atentos ao tanto de necessidade que os lugares mais frágeis da sociedade brasileira tem passado. Que possamos nos unir e não esquecer dessa dura passagem de nossas vidas, que possamos tornar isso energia de solidariedade e de construção de um mundo menos desigual. Só o amor, através da compreensão, compaixão e trabalho, pode oferecer essa mudança. E a arte é ferramenta fundamental deste processo”, diz ele.

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