Eu e a dor de ouvido

Em pleno Carnaval, eu paguei a minha língua pelas várias vezes que falei "prefiro ser surda a ouvir tal coisa". Pois é, meus caros. Estou com o ouvido entupido, algum tipo de inflamação que eu espero curar-se em breve. Mas consegui o que eu tanto queria: Fiquei surda.
Comentando o assunto no Twitter, o Johny fez um comentário que me incentivou a escrever: "O ouvido é um instrumento de prazer". Mas pra mim, ainda vai um pouco além disso.
No início da adolescência, eu passei por uma fase um tanto conturbada que me fez perder um pouco a esperança e o apego ao mundo. Mas foi a música que me trouxe de volta a vontade de viver. Era tudo que eu tinha, minha única amiga, minha única companhia. E até hoje é meio assim, em certos momentos (que eu prezo demais).
E em momentos como este, em que eu não posso ouvir (tudo bem que é só o lado esquerdo, mas incomoda) é que eu saco que "ser surda" não é uma boa troca. Cada sonoridade tem um sentido, um objetivo, mesmo que pareça ser objetivo nenhum. Quem sou eu para crucificar os que pulam Carnaval se eu também pulo rock'n roll? Quem sou eu para, conhecendo os efeitos da música, dizer que ouvir tal ou tal coisa deve ser certo ou errado?
Música é vibração, energia, e nem sempre nos leva aos melhores lugares. Mas é fato: ela sempre nos leva pra onde desejamos ir. É só subir no tapete e se segurar.

Comentários

  1. É um prazer saber que o que escrevi te serviu de inspiração, pois você escreve ,muito bém.
    Espero que seu ouvidinho logo logo!
    Abração!

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