Criatividade bem utilizada nas mídias digitais

Ultimamente eu tenho prestado atenção nos "problemas" que as mídias digitais vêm causando em relação a direitos autorais. De um lado tem aquela galera tradicionalista que não sabe enxergar as muitas possibilidades que uma ferramenta como a internet pode proporcionar. Para bandas independentes, então, nem se fala. Eu poderia citar milhares de exemplos de bandas que nunca teriam saído de seus estados, ou nem mesmo de suas cidades, se não fosse a divulgação feita através de mídias sociais. Até o download, mesmo ilegal e recriminado em alguns muitos casos, é uma forma simples e gratuita de um artista publicar o seu trabalho. Vivemos em um mundo onde qualquer um com um microfone e um violão pode gravar a sua música e espalhar por aí na internet, ganhando repercussão no mundo inteiro e atingindo pessoas que nunca teriam a oportunidade de conhecer este artista de outra forma.
Por sorte, de outro lado temos a criatividade e visão de gente que sabe lidar com a revolução que passamos. Sinto-me quase obrigada a exemplificar usando a Deckdisc, que sempre foi de inovar mesmo, não só na utilização de web tools como no lançamento de albuns em vinil, trazendo de volta aquela sensação passional de qualquer amante de música até ao segurar o discão e ver a qualidade das imagens ampliadas e, principalmente, ao ouvir o som riscado da agulha. Há pouco o selo Vigilante foi criado para dar um power nestas ações. Ao entrar no site dos caras, temos três opções: comprar o vinil das bandas, ouvir os singles online e fazer o download que, só pra não dizer que é gratuito, é "pago" com um tweet. Ótima forma de divulgar o trabalho de bandas maravilhosas que talvez teriam que penar por anos pra conseguir sair da garagem. Sei que eu já estou fazendo meus downloads.
Não posso frizar apenas neles. Temos há anos o TramaVirtual que trabalha com o download remunerado, no qual empresas patrocinam os downloads em troca de publicidade. Sai de graça pro usuário, mas o artista recebe. Perfeito para aqueles que ainda são um pouco tradicionalistas e acreditam que nesse mundo capitalista é errado distribuir arte e não ganhar "nada" em troca. Em partes, eu até concordo com esta opinião. Porém hoje as regras do jogo são outras e querer fazer um usuário comum pagar por arquivos digitais é quase loucura, principalmente se tratando de material independente.
Mais uma nova ferramenta que me chamou a atenção é o Cosmu. Lá o artista tem espaço para criar um perfil de divulgação do seu trabalho e conta com uma rádio, espaço para entrevistas e matérias, possibilidade de venda de músicas, além das tradicionais páginas de fotos e vídeos. Aliás, não só o artista, como qualquer um que trabalhe ou seja fã de música pode se cadastrar. O conteúdo é colaborativo, o que abre ainda mais portas. E tudo isso gratuitamente, lógico.
E temos mais uma outra variável nesta equação: a publicidade. Quem trabalha com música sabe que a venda de albuns rende mais para os impostos abusivos do governo e para algumas gravadoras hipócritas do que para o próprio artista em si. Músico ganha dinheiro no palco, e quem não é conhecido não toca. Simples assim.

Parabenizar a postura inteligente de poucos chega a ser perda de tempo, porque imagino que os frutos já estejam sendo muito bem colhidos por conta das próprias ações. E através do próprio Twitter, o @semprevigilante avisa: É só o começo!

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