Review - Móveis Coloniais de Acaju no Circo Voador

Quando se frequenta e observa shows há tanto tempo, vai ficando cada vez mais difícil encontrar algo que impressione. Ainda bem que existem bandas como o Móveis Coloniais de Acaju, que parecem ter sido feitas para o palco e realmente fazem valer a pena.
A sexta feira era chuvosa no Rio de Janeiro. Eu cheguei ao Circo Voador ensopada por volta das 22h30. Pontualmente às 23h a Sobrado 112 subiu ao palco. Não poderia ter sido escolhida uma banda melhor do que eles para abrir um show do Móveis. O ar de experimentalismo consumia o ambiente e era bacana ver que os caras também tem seu público, que entoava as letras de todas as músicas, misturados àqueles que não conheciam (me incluo nessa) e pararam tudo para vê-los. Recomendo mesmo. Para os cariocas, eles tocam toda quinta no Bola Preta e o site é esse aqui.


Quarenta minutos depois, foi a vez dos esperados Móveis Coloniais de Acaju dominarem a cena. Já começaram com tanto impacto que logo na primeira música deu pra sacar que seria um show inesquecível. É uma interação tão grande dos integrantes entre si e entre o público que dá até para se sentir parte daquele cenário, como se tudo fosse planejado pra estar ali. O sorriso constante dos meninos da banda contagia. Um dos grandes auges do show foi quando o André González pediu, no meio de "Copacabana", pra galera abrir uma roda. E daí ele simplesmente desceu do palco, acompanhado por Paulo Rogério, Esdras Nogueira e Xande Bursztyn, e continuaram a música dali.


Logo depois eles chamaram a convidada da noite, Mallu Magalhães. No início ela foi um pouco vaiada, nas logo reverteu a situação. Após tocar uma música própria que, sendo sincera, não acompanho o trabalho da Mallu o suficiente para saber o nome, ela se juntou ao Móveis para uma homenagem ao centenário de Adoniran Barbosa com a música "Fora Álvaro". E daí começou o momento mais esperado da noite: o flash em "Aluga-se-vende" com uma nuvem de bolas coloridas passeando pelo palco e pelo público. Lindo!


E vale citar que em todo o tempo em que a Mallu estava no palco, via-se um Marcelo Camelo de tocaia no fundo, observando tudo. Poxa, Camelo, custava nada ter entrado pra dar uma palhinha também, hein! Bem, a mocinha se foi coberta por uma chuva de aplausos.
Mais Móveis, mais músicas, mais energia. O repertório foi magnífico (ao menos para mim, já que todas as minhas favoritas rolaram) com destaque para "Perca Peso", "Copacabana", "Lista de Casamento", "Menina-moça" e "O Tempo". O show acabou sem deixar nada faltando, aquela sensação deliciosa de ter presenciado um dos maiores espetáculos da minha vida. O André é um showman completo, a banda inteira tem muita empatia, muita participação e, principalmente, muito amor pelo que faz.
Mas... acabou? Ainda não! Atendendo aos pedidos de "mais um", o Móveis voltou ao palco na companhia de Mallu Magalhães para um bis que contou com "Adeus" e uma versão bem Acaju de "Se essa rua fosse minha".


Eu, que nem fiquei tão enfiada na multidão, cheguei em casa com dores terríveis no corpo de tanto pular e dançar. De boa, já quero mais! Estou até cogitando aceitar o convite dos caras e ir para Niterói na quinta, dia 12, quando o Móveis Coloniais de Acaju se apresenta em um show gratuito na UFF. Tentador, né?

Ah, vale lembrar que os álbuns do Móveis estão disponíveis para download gratuito no site moveiscoloniaisdeacaju.com.br.

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