Review - Pitty no Circo Voador

Todo show da Pitty no Rio de Janeiro é um caldeirão. No Circo Voador, então, nem se fala. Parece que o local foi feito para a artista, ou a artista foi feita para o local. Não importa muito, a questão é que encaixa. Ela própria se amarra em tocar no Circo, se solta demais, aquele lance de se sentir em casa mesmo.
Mas bem, vamos do princípio. Ainda na frente do computador, no sábado à tarde, dou de cara com uma mensagem no twitter do Martin Mendezz, guitarrista da Pitty, avisando que Martin e Eduardo (seu projeto paralelo com o Duda, baterista) iria abrir a noite. De surpresa assim mesmo, imagino que muita gente chegou lá na hora sem saber que iria rolar show dos caras. Eles já fizeram um show pra casa cheia, com uma galera que já conhecia e curte a banda. Essa foi a primeira apresentação deles e, de boa, foi bastante redondo. Sempre admirei a presença de palco do Martin mesmo como guitarrista, é postura de frontman mesmo. Rolou Dezenove Vezes Amor, música de trabalho que já conta com um clipe (assista aqui), e encerraram a apresentação com Lírio, que foi pedida pelo público durante toda a apresentação.


Pitty subiu no palco pra botar fogo no Circo Voador. E mostrou que queria um show quente até nas roupas: estava linda com vestes mais leves, short curto, bem no clima carioca. Mandou 8 ou 80 logo de cara e engatou Memórias na sequência. Não preciso nem dizer o resultado, né? Público insano fazendo a lona parecer uma sopa de gente bem batida. Uma coisa que torna os shows da Pitty ainda mais interessantes são os fãs. A galera é fiel demais, passa o dia inteiro na fila e injeta um gás maravilhoso pro palco. Tinham vários sotaques diferentes entoando as letras de músicas como Fracasso, Admirável Chip Novo, Máscara, Anacrônico e até das mais lado B, como Pra Onde Ir que é um bônus do DVD Chiaroscope (que inclusive ganhou o Prêmio Multishow na semana passada) e os covers: Hang You From Heavens, do Dead Weather, que já estava sendo esperado por dicas da própria Pitty, e Dancing Queen, do ABBA, cover bizarro da noite que até teve um trechinho cantado pelo Duda. Soube, inclusive, que houveram reclamações da galera que estava mais no fundo pelo volume exagerado da bateria, mas lá na frente tava tudo numa boa. Os fãs também chamaram atenção em Desconstruindo Amélia, quando algumas meninas tiraram as suas blusas e curtiram só de sutiã. As fãs, aliás. ;)


Por mais que sejam chamados apenas pelo nome de "Pitty", os meninos realmente formam uma grande banda. Martin sempre maravilhoso, Duda aparecendo mais, só senti falta mesmo de Joe que estava meio escondido na fumaça do fundo do palco. Entre clássicas e novidades, eles mandaram músicas pra chorar, gritar, rir e pular até quase perder as pernas. O show se encerrou com uma das mais caçulas: Me Adora. Uma curiosidade é que Pitty passou vários anos de sua carreira encerrando o show com Máscara, que agora se mistura ao repertório. Isso mudou desde o lançamento do álbum Chiaroscuro e o final varia normalmente entre esta e Todos Estão Mudos.
Um pouco de papo de fã, foi inesquecível. Há seis anos e meio, pouco mais do que isso, foi quando assisti ao meu primeiro show da Pitty. Posso dizer que tenho base para comparar e bate sempre um orgulho de ver essa galera evoluindo tanto. Pitty está em sua melhor fase e tem consciência disso, usando e abusando de todos os seus dons.


E pra finalizar, segue o set list:
8 ou 80
Memórias
Medo
Fracasso
Admirável Chip Novo
Semana que vem
Pra onde ir
Água contida
Na sua estante
Máscara
Anacrônico
Amélia
Brinquedo torto
De você
Hang You From Heavens
Pulsos
Marlboro
Me adora



Fotos por Flavia Temporal.
Agradecimento especial ao Dan, meu caderno de anotações ambulante que me passou informações exclusivas de como estava rolando o show lá no meio da galera enquanto eu me acabava na beira do palco.

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