NBDP entrevista: Little Nation

Little Nation é um dueto formado pelo produtor Henry Jack e pela compositora Samile Joker, nomes já conhecidos pela composição de várias músicas de sucesso no mercado nacional. Optando por uma sonoridade mais intimista, os músicos decidiram gravar suas próprias composições e lançaram o EP Just Stay, chamando atenção da crítica pela qualidade do trabalho apresentado. Agora o duo está divulgando o recém-lançado álbum Hum e, entre um compromisso e outro, eles trocaram uma ideia com o Na Beira do Palco para falar um pouco sobre as influências e as composições da banda.
NBDP: Vocês dois são compositores experientes, que já escreveram e produziram nomes bastante reconhecidos no cenário nacional. O que levou vocês a escreverem para suas próprias vozes?
SAMILLE: Ciúmes! Hahaha A verdade é que um dia eu cheguei ao estúdio querendo escrever uma música sobre uma nova paixão que estava vivendo e quando terminamos "Just Stay" sentimos que aquela canção era muito preciosa para dar a outro artista. Tinha de ser nossa! E assim nasceu esse trabalho do qual tanto nos orgulhamos.

NBDP: O que muda quando vocês estão compondo para o Little Nation?
HENRY: Nossas músicas são muito pessoais. Escrevemos sobre o que vivemos, o que realmente sentimos e acreditamos, nossa verdade. Quando sentamos para fazer uma música própria pensamos sobre o que queremos dizer e não sobre o que outra pessoa diria por nós.

NBDP: A maior parte das músicas do EP são escritas em inglês. Vocês se sentem mais confortáveis com o idioma ou o objetivo é conquistar o mercado estrangeiro?
SAMILLE: Quando a música nasce, é ela que nos diz como vai ser escrita. Seja a partir de uma melodia que chama por palavras com uma sonoridade específica ou de frases soltas que vêm à cabeça e vão dando forma a uma letra em um dos dois idiomas. Claro que alcançar o mercado internacional faz parte dos nossos objetivos, e escrever em inglês nos dá essa oportunidade. O que queremos é fazer música que emocione o maior número de pessoas possível.

NBDP: A construção das letras de vocês possui um formato tradicional, lembrando muito mais a poesia do que a estrutura das letras modernas. Quais são as principais influências e motivações para a escrita das letras?
HENRY: A Samille escreve todas as letras e tem algumas "manias", como usar "palavras-chave" ao contar uma história vivida por ela. Mas a escolha de palavras também é influenciada pela sonoridade, principalmente quando eu crio as melodias usando "embromation". Esse foi um dos motivos pelos quais essa parceria de composição deu tão certo. Os temas abordados em geral são amor, vida, reflexões pessoais.
SAMILLE: Como letrista, tenho como influências Mariah Carey, Sia, Nick Drake, David Bowie e Joni Mitchell.

NBDP: E a melodia? Sabendo que vocês compõe normalmente para o mercado pop, o que levou vocês a escolherem um estilo mais alternativo, como o folk?
SAMILLE: Não foi uma questão de escolha. Sempre vemos nossa música como um elemento vivo. Ela nasceu assim. Simples, um violão e uma voz, às vezes duas... Apenas deixamos que saia de nós algo com sentido que nos inspire a continuar. Henry é o responsável por todos os arranjos e faz com que letra e música conversem mantendo essa simplicidade.

NBDP: Falem um pouco sobre o próximo trabalho, o disco "Hum". Ouvindo o "Just Stay" dá para ter uma noção do que estar por vir? O que tem de comum com o EP e o que irá surpreender?
SAMILLE: Muitas das faixas de Hum foram escritas junto das músicas do EP e foi até difícil decidir quais entrariam no EP e quais ficariam de fora. Assim, a temática das letras segue a mesma linha, com mais histórias verdadeiras e mais reflexões pessoais a serem contadas. O que muda e pode surpreender quem ouviu o EP são os arranjos mais elaborados com o uso de mais e diversos instrumentos, porém com a delicadeza e a suavidade que são marcas do nosso trabalho.

NBDP: Se vocês pudessem escolher qualquer artista para uma parceria futura, quem seria e por quê?
HENRY: Admiramos muitos artistas. Muito difícil escolher apenas um. Uma idéia que temos, e que queremos colocar em prática o mais rápido possível, é a de convidar artistas de outros segmentos para criarem sua própria arte inspirados na nossa música. Como se a música do Little Nation fosse a trilha sonora para diversas artes.
NBDP: Vocês já compuseram muitas músicas para as vozes de outras pessoas. Se fosse o inverso, quem vocês gostariam que escrevesse uma música para vocês interpretarem? Por quê?
SAMILLE: Sia! Me identifico muito com o jeito como ela demonstra emoção em sua música, muitas de suas letras e melodias são melancólicas, porém fortes, às vezes beirando o desespero. Adoro a dramaticidade de suas composições.
HENRY: Vou pedir uma música pro Bono do U2, hahaha.


Para conhecer mais, acesse o site do Little Nation.