Pitty e Raimundos: O rock no primeiro dia de WebFestValda

Publicado originalmente em Flash Press. Fotos por Giô Cecchini.

Todo ano eu via cartazes do WebFestValda pelas farmácias e metrôs do Rio, sempre ficava na pilha de prestigiar o festival e sempre acontecia alguma coisa que me impedia de comparecer (ou eu esquecia, confesso). Desta vez, porém, a primeira informação que obtive foi que a Pitty tocaria no evento. A segunda foi de que os Raimundos tocariam na mesma noite. E isso não é uma coisa muito fácil de esquecer. Como explicado aqui, o festival foi um concurso de bandas que premiou os vencedores e deu espaço para que a galera independente tocasse no mesmo palco que grandes nomes da música nacional. A proposta por si só já me agrada, considerando que a minha carreira (e a de qualquer um que trabalhe com música) começou no cenário independente e sempre acho legal quando grandes empresas investem nesse meio.
E lá estávamos nós na primeira noite do WebFestValda, dia 23/07. Devido a um atraso na entrega da lista, a Pitty tinha acabado de subir ao palco quando conseguimos entrar na Fundição Progresso. Não perdemos muita coisa, mas foi chatinho não ver a entrada do show. Tudo bem. Assim que entrei, notei algo que não acontecia há muitos anos: a casa não estava completamente lotada. Havia espaço. Eu podia me mexer, pular, sair para comprar uma cerveja e voltar exatamente para o mesmo lugar de antes. Eu acho que essa liberdade fez bem, porque foi exatamente isso que fiz. Rodei a casa inteira, assisti o show de vários ângulos, do alto, da frente, da grade. Pitty estava cheia de energia e fez questão de colocá-la em todas as músicas. E a parte mais legal foi justamente a hora que saí da área do show para comprar cerveja. Quando passei no bar, cantando Me Adora a plenos pulmões, duas pessoas sorriram e elogiaram a música, e ficou claro que elas não estavam ali para ver a Pitty. Eu não sei vocês, mas meu coraçãozinho derrete quando vejo as músicas dela chegando a tanta gente e agradando. É tanto orgulho que parece que é comigo.
O set foi reduzido e o show acabou deixando vontade de mais. Na sequência, entraram as dez bandas do festival (que foram dez, por isso não vou me estender na apresentação de cada uma delas). Ainda assim, não tem como não enfatizar a banda Necrofobia, que arrasou e chamou muito a minha atenção entre os selecionados. Talvez por ser a única banda de metal, o que a destoava bastante das outras, ou talvez por eles tocarem com muita qualidade. Bem, que me segue no Twitter já viu uma prévia da minha opinião sobre as bandas e recomendo que fiquem ligados por lá para ver uma cobertura mais completa em breve.

Quando o Raimundos subiu ao palco, com cerca de duas horas de atraso, eu já estava um caco. Aliás, creio que o festival teria sido perfeito se não fossem os atrasos. Está na hora do carioca aprender que atrasar não é legal e nem normal. Em plena quinta-feira não dava para ficar de boa em um show que começou quase duas horas da manhã, infelizmente, e por isso decidi não esperar até o final da apresentação do Raimundos. Porém, só pelo início já deu para sentir que foi quebradeira total. Na primeira música do set, Puteiro em João Pessoa, já se formou uma roda que englobava basicamente a Fundição inteira. Saí de lá cedo, um pouco chateada, mas tinha aquele sorriso na cara que só os shows de rock costumam me proporcionar.

Veja o resultado do WebFestValda:
1º lugar: Djambê Banda – Belo Horizonte
2º lugar: Cabugá – Olinda
3º lugar: Luana Camarah – Taubaté
Banda Revelação: Paranambuco Brasil – Curitiba
Prêmio Rádio Cidade: Necrofobia – Ribeirão Preto
Guitarrista Revelação: Andy Ferreira; Cadillac S.A. – Rio de Janeiro
Melhor voz: Emílio Dragão; Djambê – Belo Horizonte

Até ano que vem, senhores!

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