Móveis Coloniais de Acaju: saiba como foi o show Idem 10 Anos

Publicado originalmente em Flash Press.


 Já é algo memorável quando o primeiro álbum completa dez anos e a banda continua na ativa. No caso do Móveis Coloniais de Acaju, a coisa foi um pouco além disso. Idem veio com objetivo claro de provar para o mundo que dava para viver de som independente. E hoje, dez anos depois e com mais dois discos de estúdio lançados, o Móveis cumpriu o plano.
André Gonzales caracterizou o álbum como esquizofrênico, e nesse momento eu abri um sorriso de quem concorda e nunca tinha encontrado uma palavra boa o suficiente para descrever algo. A princípio, parece que nada faz sentido naquelas letras e melodias com vários instrumentos de sopro e um suingue misturado com rock 'n roll. Até que você presta um pouquinho mais de atenção, e boom! Agora ele é o seu novo álbum favorito.
O Móveis escolheu um local maravilhoso para essa festa de dez anos, que aconteceu no último sábado (08/08) na Fundição Progresso. Em vez de ir para o palco principal, enorme, longe do público, a escolha foi o palco São Sebastião. Neste, o público fica literalmente por todos os lados e o hiperativo André tem a liberdade de pular e dançar em qualquer direção que preferir. A proposta era tocar o Idem na íntegra, e assim aconteceu. Eu sempre acho interessante quando uma banda retoma as músicas antigas, principalmente se acompanho há um tempo (já deve ter uns cinco anos que frequento shows do Móveis). A principal diferença sempre é o quanto eles se divertem tocando aquilo. A apresentação, que normalmente já é algo hilário e contagiante, estava realmente com cara de festa dessa vez. Os meninos estavam se divertindo tanto quanto a gente que assistia ali de (não tão) baixo. E qual foi a minha surpresa quando os músicos puxaram um "parabéns pra você". Eu cheguei a achar que estávamos aplaudindo o disco aniversariante, mas as palmas eram para o André. Mais motivo para festejar, claro.
Do Idem, eles sabiamente deixaram Copacabana para o final. Os músicos desceram do palco e abriram a rodinha de sempre, correram o espaço inteiro e fizeram algumas pessoas se perderem de seus acompanhantes (eu, inclusive, mas achei de novo logo em seguida). Bem, o problema é que tocar apenas doze músicas para um público que estava morrendo de saudade não soou como algo bom o bastante. Quando eles ameaçaram descer do palco, vieram os pedidos de bis e eles nem se deram ao trabalho de fingir que não esperavam por aquilo. Entre singles promocionais e músicas dos dois discos seguintes, o Móveis encerrou uma apresentação competente e divertida para todo mundo que esteve presente. Que venham mais dez anos e que a irreverência se mantenha por todos eles!

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