Grandes nomes do metal se apresentam no Maximus Music Festival

Não é necessária muita observação para perceber o quanto eu gosto de festivais de música. E como alguém que gosta muito da coisa, eu posso garantir: o Maximus Music Festival foi porrada.
Apesar de ter rolado um grande atraso na abertura da casa, os shows começaram pontualmente ao meio dia com a Ego Kill Talent chamando a galera para o palco alternativo, o Thunder Dome. Enquanto os meninos mostravam seu excelente trabalho, a galera chegava e tomava conta da estrutura que o evento preparou para receber um dia que, por si só, já é histórico.
Depois de dar uma volta e bater bastante cabeça no show, fui eu mesma reconhecer o terreno do Maximus Lounge, um espaço preparado para receber o pessoal idoso como eu que escolheu ter uma experiência mais reservada. Localizado em uma área mais alta do terreno, o lounge tinha uma vista perfeita para o palco Rockatansky, mas pecaram um pouco na vista do palco Maximus. Ainda assim, dava para arrumar um espacinho entre as rampas e ver o palco de boa sem precisar ir muito longe. Nessa área, além de comes e bebes liberados, tinha toda uma decoração que aumentava ainda mais a experiência de imersão que já rola em um lugar como aquele. Ficaria lá de boa o evento inteiro se não tivesse tanta coisa legal para ver lá embaixo também. Entre elas está o Far From Alaska.
Uma das bandas que eu mais queria ver no evento inteiro, o Far From Alaska fez um show excepcional, e falo como uma pessoa que perdeu as contas de quantas vezes já viu esses garotos ao vivo. Uma parada que eu acho emocionante é notar o quanto eles todos estavam felizes demais em estar ali, em ver a quantidade de gente que também queria vê-los, mesmo com as bandas gringas já começando a tocar nos palcos principais. Pois digo a vocês, com nenhum arrependimento, que valeu a pena demais ter ficado no Thunder Dome para ver essa apresentação.
O trajeto entre os palcos sempre era algo interessante de fazer. Entre as atividades, estava rolando uma exposição do fotógrafo MRossi e venda de discos de vinil, da qual eu precisei ficar longe para o bem da minha carteira. E foi andando por ali que dei de cara com um stand do Shimada Tattoo, o que me rendeu uma nova tatuagem porque eu precisava mesmo deixar esse dia registrado para sempre. Saí correndo do estúdio porque dali a pouco começaria o show da banda que me fez percorrer mais de 400 quilômetros e que acabara de se tornar tema da minha mais nova tatuagem: Halestorm.
Uma coisa é fato: eu preciso assistir um show desses caras em um show próprio, sem essa história de repertório de festival. A sincronia entre os integrantes da banda e as habilidades individuais de cada um é uma parada que chama muita atenção e a própria banda cuida para que cada um possa ter o seu grande momento no palco. A única coisa que frustrou é que, por ser uma das bandas menos conhecidas e menos pesadas do festival, rolou um pouco de estranheza do público que não respondeu tão calorosamente quanto era merecido. Mas ainda assim, fiquei bastante orgulhosa por notar os elogios em burburinhos que rolavam ao meu redor.
De volta ao lounge para recuperar as forças, assisti de longe ao show do Bullet For My Valentine. A banda marcou o princípio da sequência de artistas de peso do evento e já chamou a galera para prestar atenção no que estaria por vir.
Formada em 1994, o Disturbed provou que os vinte e dois anos de carreira só fizeram a banda evoluir. Rolaram clássicos dos caras como Inside The Fire e Down With The Sickness, e a minha fã adolescente interior foi à loucura. Foi de impressionar a capacidade do vocalista David Draiman, tanto cantando quanto como frontman em um evento com um público tão variado. Infelizmente, o extremo oposto do que aconteceu com a atração seguinte.
Logo na sequência, o Marilyn Manson subiu ao palco para uma apresentação que só pode ser considerada frustrante. Sempre ouvi boatos de que o cara não era lá essas coisas ao vivo, mas o que aconteceu naquele palco beirou o vergonhoso. Manson parecia ter subido ali aleatoriamente com uma banda que não é sua, para tocar músicas que não são suas, para um público que não era seu. Completamente desconfortável, ele apresentou versões toscas das minhas músicas favoritas de seu repertório - eu preferi apagar tudo da memória e voltar para as versões de estúdio.
Depois de comer muito, beber muito, gritar muito, realizar alguns sonhos de adolescência e viver uma experiência que ficará literalmente marcada para toda a vida, chegou o momento da última banda da noite. Essa, sim, provou por que ainda é considerada um dos maiores nomes da história do metal.
Ainda não sei como sobrou alguma coisa no lugar durante do show do Rammstein. Com um peso absurdo, daqueles que você sente batendo dentro dos ossos, a banda fez uma apresentação impecável do início ao fim. Além do repertório e de sua execução que por si só já faria um espetáculo, os caras abusaram de efeitos pirotécnicos e explosões, coisa para deixar qualquer um de boca aberta. É daquele tipo de show que faz a pessoa agradecer por estar viva e ter a oportunidade de viver uma experiência daquelas.
Eu, idosa, nesse momento já estava jogada no chão do lounge e tentando juntar forças para sair dali e voltar aqueles mais de 400 quilômetros até a realidade. Mas toda vez que me olho no espelho, vejo aquele símbolo tatuado no pescoço e me lembro que a realidade ainda é capaz de me fazer ter experiências das mais fascinantes.