Duo formado por Federico Puppi e Marco Lobo, YAMÍ reúne ancestralidade e sons eletrônicos no primeiro disco

Uma ponte entre o passado e o presente, o ancestral e o moderno é o ponto de partida do primeiro disco de YAMÍ, projeto que traz os instrumentistas Federico Puppi e Marco Lobo em um encontro que ultrapassa barreiras. O violoncelo elétrico do italiano se mescla à percussão orgânica do baiano, criando uma irresistível mistura que passa pela música brasileira, sons étnicos e aterrissa em beats. O resultado é um disco plural com sete faixas, reunindo musicalidades diversas e parcerias. “YAMÍ” já está disponível nas principais plataformas de streaming.
Crédito: Ana Migliari
Ouça “YAMÍ”: http://smarturl.it/YamiAlbum

Após os singles já revelados - “Siroco”, “Bah’li” (com o músico camaronês Njamy Sitson), “Baião da Onça” e “Yamí” (ao lado da cantora maranhense Rita Benneditto) -, Puppi e Lobo revelam novas facetas do projeto. A terceira faixa, “Marrakesh”, faz uma ligação direta com o Mediterrâneo, criando ambiências que ecoam logo a seguir, em “Nkoni”, outra parceria com Sitson. O título significa “amor” em Medumba, língua nativa de Camarões, e introduz uma faixa mais delicada. Ela abre caminho para o encerramento com “Dança do Fogo”, composição que inicia de forma acústica e leva ao momento mais eletrônico de todo o álbum, em clima tribal.

Não por acaso, a arte de capa leva remete à entrada de um portal, representado por um oratório onde jaz o rico acervo instrumental de YAMÍ. “Esse disco é um ponto de chegada de um processo criativo e, ao mesmo tempo, o ponto de partida do projeto. O álbum é um portal para a sonoridade do YAMÍ. Por isso também todas as capas, dos singles e do disco, são portais de vários tipos”, revelam os músicos.

Veja o clipe “Baião da Onça”: https://youtu.be/O9Swune50pY

Com shows em festivais pelo país e parcerias nos palcos com nomes como Criolo, Tulipa Ruiz e Castello Branco, eles construíram a sonoridade do duo em um longo processo criativo. Foi mais de um ano de experimentação ao vivo, fundindo as três raízes do projeto: o couro, as cordas e a eletricidade. Esse laboratório, que se estendeu por shows na Bahia, no Rio de Janeiro em festivais diversos pelo Brasil, deixou cada apresentação única, culminando na segunda parte do processo - as jams no estúdio Ouvido em Pé, um espaço próprio e de experimentos sem limites.

“Em abril de 2019, sentimos a necessidade de compor um novo repertório para o YAMÍ, considerando todas as possibilidades sonoras que tínhamos encontrado até esse ponto. Rabiscamos as músicas, fomos para o estúdio e começamos a gravar. A composição, a gravação e a produção musical ficaram uma coisa só neste processo: os limites entre essas áreas sumiram completamente e a gente gravava compondo, produzia arranjando”, relembra o duo.

Italiano radicado no Brasil, o violoncelista Federico Puppi lançou em 2018 o disco “Marinheiro de Terra Firme”, seu segundo trabalho autoral - sucessor da estreia, “Canto da Madeira” - e que já flertava com a música eletrônica. Como produtor, trabalhou ao lado de Maria Gadú no disco “Guelã”, indicado ao Grammy Latino, entre outros nomes da cena brasileira.

Já Lobo é um dos grandes nomes da percussão, com três álbuns solo e tendo trabalhado com artistas importantes, tais como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Virginia Rodrigues, Lenine, João Bosco, Ivan Lins e Marisa Monte. Além disso, ele tem desenvolvido projetos com músicos de todo o mundo, como o baterista Billy Cobham e o trio Elf, e ainda participa do grupo World Percussion Ensemble. A percussão de Lobo em Yamí inclui, além dos atabaques, instrumentos do folclore brasileiro como berimbau, gungas e tambor de onça, além de pads eletrônicos e outros instrumentos experimentais como hang drum, tubos e sucatas.

Yamí é um encontro de culturas e tempos diferentes, onde ancestralidade e futuro dançam juntos. O álbum de estreia já está disponível para streaming.

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